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Eternidade do despertar
“... Confesso que durante a noite, dou uma espiadela só para garantir que ele ainda está lá, e continua tão real quanto ao dia anterior.” by Aline Zamboti
Enquanto a vontade de abrir os olhos não é assimilada pelo corpo, as sensações são os primeiros vestígios de que, de seus sonhos, ela vai despertar. A parede gelada em sua costas nuas, o pé fora das cobertas, o braço dormente, algo impedindo de se espreguiçar...
- Bom dia!
Com um sorriso sem jeito, seus olhos vão se abrindo lentamente e, em resposta, outro sorriso é retribuído.
A sensação de que os sonhos foram compartilhados durante a noite, faz os olhos piscantes e o sorriso de canto de boca revelarem certa vergonha. Vergonha de que os desejos sonhados tenham sido flagrados.
Ainda deitados, a única lembrança que vem em mente é a de ter um peito para apoiar a cabeça, uma mão para entrelaçar os dedos, uma boca para beijar e uma respiração quente para confortar.
O anseio de parar no tempo naquele instante do despertar é tão grande quanto o prazer de uma criança devorando um chocolate. O bem-estar interior e a felicidade que brilha nos olhos parecem segundos eternos.
Mas logo após desse despertar, as nuvens que contemplavam o seu céu enquanto dormia parecem ficar distantes, e o tempo passando ainda mais rápido. A partir de então, as sensações e as lembranças começam a ficar desbotadas, restando apenas um deleite do que passou.
E é com o deleite da noite que ela passa os outros dias sonhando acordada, até o próximo sonho e a eternidade do despertar.
By Aline Zamboti
Enquanto a vontade de abrir os olhos não é assimilada pelo corpo, as sensações são os primeiros vestígios de que, de seus sonhos, ela vai despertar. A parede gelada em sua costas nuas, o pé fora das cobertas, o braço dormente, algo impedindo de se espreguiçar...
- Bom dia!
Com um sorriso sem jeito, seus olhos vão se abrindo lentamente e, em resposta, outro sorriso é retribuído.
A sensação de que os sonhos foram compartilhados durante a noite, faz os olhos piscantes e o sorriso de canto de boca revelarem certa vergonha. Vergonha de que os desejos sonhados tenham sido flagrados.
Ainda deitados, a única lembrança que vem em mente é a de ter um peito para apoiar a cabeça, uma mão para entrelaçar os dedos, uma boca para beijar e uma respiração quente para confortar.
O anseio de parar no tempo naquele instante do despertar é tão grande quanto o prazer de uma criança devorando um chocolate. O bem-estar interior e a felicidade que brilha nos olhos parecem segundos eternos.
Mas logo após desse despertar, as nuvens que contemplavam o seu céu enquanto dormia parecem ficar distantes, e o tempo passando ainda mais rápido. A partir de então, as sensações e as lembranças começam a ficar desbotadas, restando apenas um deleite do que passou.
E é com o deleite da noite que ela passa os outros dias sonhando acordada, até o próximo sonho e a eternidade do despertar.
By Aline Zamboti
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